terça-feira, julho 29, 2014


segunda-feira, julho 28, 2014

A análise do Presidente da AF Setúbal à temporada



A análise do presidente da AF Setúbal à temporada
Joaquim Sousa Marques, presidente da direcção da Associação de Futebol de Setúbal, garante que a última época teve nota positiva. Ainda assim, em discurso directo, o dirigente assume dificuldades nas três modalidades, mas não hesita em elogiar a prestação das nossas selecções e não esquece a arbitragem e a segurança nos campos.
Notícias AFS - Que balanço, global, faz da última temporada das provas organizadas pela AF Setúbal?
Joaquim Sousa Marques - Positivo. Independentemente das dificuldades dos clubes e da conjuntura, verificou-se que não houve um decréscimo significativo do número de atletas. As provas decorreram com normalidade, mantiveram a competitividade e, portanto, face ao cenário imposto pela conjuntura nacional, considero que tivemos uma temporada positiva. Sem casos significativos, daqueles que nos deixam tristes. Há sempre um ou outro, que lamentamos, mas nada com uma gravidade excessiva que seja preocupante.

Principais destaques no futebol…
O nosso principal campeonato de seniores foi, mais uma vez, competitivo quase até ao final da prova, quer pela subida quer na discussão pela permanência.

Na segunda divisão o problema continua a ser o mesmo, ou seja a escassez no número de equipas. No entanto, independentemente desse facto, a prova é competitiva. A nossa análise é há muitos jovens que não conseguem praticar o escalão de seniores. Temos procurado combater essa realidade com algumas medidas, nomeadamente através do incentivo à inscrição de jogadores mais jovens. Contudo, é no escalão de seniores que se faz sentir as maiores dificuldades dos clubes.

Na formação continuamos a ter as provas muito concorridas e competitivas. Este ano, vamos tentar fazer uma alteração no futebol de 7, no sentido de procurar que algumas das melhores não fiquem pelo caminho mais cedo. São pequenos ajustes, que, talvez em 2015/16, venham a assumir outra dimensão no modelo competitivo, mas que ainda estamos a preparar.

E no futsal?
No futsal, o problema é ainda mais acentuado, em relação ao futebol, no que respeita à escassez de equipas. Recordo que na última época só começamos com quatro equipas seniores, numa taça. Depois conseguimos introduzir alterações, que garantiram um campeonato para seis equipas. Mas é, manifestamente, insuficiente. Penso que o futsal no distrito tem capacidade para crescer, há muito mais equipas a praticar o futsal sénior, mas que se vão espalhando por aqui e por ali, com competições mais concelhias. Desejamos que essas equipas venham para o seio da associação e renovem a sua dinamização, com o objectivo de engrandecer a competição.

Confio que voltaremos uma prova distrital forte. Trabalha-se bem no futsal. Recordo que esta época ano vamos ter uma equipa no primeiro campeonato nacional de sub-20, que esteve presente na final-four da competição de juniores e que diz bem do bom trabalho que os clubes fazem na formação. É preciso aproveitar esse trabalho nos escalões seniores, mas só será aproveitado com a possibilidade desses jovens competirem.

Consegue identificar o melhor da época?
Considero que o resultado e o corolário do trabalho dos clubes pode ser avaliado, também, pelo desempenho das nossas selecções distritais. E porque é significativo para nós, em função desse trabalho, destaco a nossa vitória no torneio inter-associações em futsal feminino, em sub-21. Somos uma associação pequena, com poucos atletas, com poucos clubes, mas independentemente dessa realidade, conseguimos formar um bom grupo de trabalho e atingir um feito ímpar. Além dessa proeza, não posso deixar de acrescentar também, como corolário do trabalho dos clubes, o excelente 3.º lugar que alcançamos no torneio “Lopes da Silva”, em futebol sub-14. Um resultado igualmente significativo, porque demostra que os clubes estão a trabalhar bem na formação e o reflexo também se mede nas selecções distritais, que, ainda, no patamar do futebol sénior, levaram o nosso nome à fase final do torneio nacional federativo.

E no lado menos agradável?
As agressões verificadas num jogo de futebol de iniciados (Fabril-Paio Pires) foi algo que marcou pela negativa e que desvirtua, totalmente, o futebol que é praticado no seio da nossa associação. Fomos igualmente confrontados com uma outra situação, completamente fora da normalidade, como foi aquele caso de um pai armado, no campo do Montijo. Episódios, felizmente, raros, que não se justificam em nenhuma categoria, mas ainda menos em competições ao nível da formação. Desejamos que não voltem a acontecer e que queremos erradicar do nosso futebol, definitivamente. Porque o que temos de promover é o fair-play e incutir nos nossos jovens esse tipo de valores.

Na última época, a direcção da AFS recebeu uma quantidade anormal de queixas dos clubes?
Há sempre um conjunto de questões que nos fazem chegar ao nosso conhecimento, mas nada fora do normal. O que aconteceu esta época foi uma maior inter-acção com os pais dos jogadores. A quantidade de comunicações que recebemos dos pais, muitas vezes até a fazerem queixas de treinadores e dos clubes, que é algo que não se justifica e que não contribui de facto para um bom serviço, numa situação promovida à margem dos clubes. É uma realidade nova. Não vou questionar se têm ou não razão, considero é que essas coisas devem ser tratadas no seio dos clubes.

Quanto à nossa comunicação com os clubes, temos sempre a porta aberta para o diálogo. Não temos sempre o dom da verdade e estamos a abertos a correcções. É desta comunicação que conseguimos fazer um futebol melhor.

Nós procuramos fazer um trabalho de independência relativamente aos clubes, tenham o nome que tenham, tenham a dimensão que tenham. O importante é que as provas corram com a normalidade desejada e a competitividade desejada.

AS NOSSA SELECÇÕES

Ainda sobre as selecções distritais. Sente que a representatividade da camisola da AFS começa a ganhar outro brilho?
Nós, anualmente, temos conseguido bons resultados com as nossas selecções. Na época finda, foi melhor do que em anos anteriores, mas o importante é que os clubes percebam que estas selecções existem para mostrar o seu trabalho e o dos jovens que com eles trabalham diariamente. Sabemos que quem veste a camisola da associação sente um motivo de orgulho, porque é um reconhecimento e representa estar, de facto, entre os melhores do nosso distrito.

A vitória das sub-21 no futsal sénior foi o mais importante de sempre para a modalidade e para o futsal da AFS.
Já vencemos outros torneios nacionais, mas no futsal, foi claramente o mais importante triunfo. Quando estas jovens, que sentem tantas dificuldades competitivas no plano regional, conseguem lutar com selecções mais fortes, algo de muito positivo deve ser assumido. Conseguiram formar um espirito guerreiro. Muito unidas. Sentiram muito a honra de vestir a camisola da associação e ganharam com inteiro mérito.

Ainda no plano competitivo, como analisa o 3.º lugar da nossa selecção de futebol de sub-14?
O resultado foi brilhante. É um torneio difícil. Os miúdos estiveram, pela primeira uma semana fora de casa. Depois é uma prova muito exigente em termos físicos, porque há jogos todos os dias e é sempre uma incógnita perspectivar o que pode acontecer. Estamos a falar de iniciados de primeiro ano, grande parte deles, sem hábitos competitivos muito apurados nos seus clubes. Esta selecção superou as expectativas. Tiveram um comportamento exemplar, estiveram em crescendo de jogo para jogo e foi por muito pouco que não conseguimos o acesso à final. Por um golo! Mas foi bom. O 3.º lugar conseguido perante uma associação como a de Lisboa que habitualmente é a vencedora do torneio, é muito meritório. Seria, igualmente, um bom corolário, a chamada de alguns dos nossos jovens para a convocatória da primeira selecção de sub-15 nacional. Reflectia o valor dos nossos atletas e do trabalho dos clubes.

A AFS co-organizou pela primeira vez na sua história, nos actuais moldes, a edição 2014 do torneio “Lopes da silva”. O que fica desta prova de confiança da FPF?
Foi uma prova de confiança e talvez um prémio pelo trabalho que os clubes a associação fazem em prol do desenvolvimento da formação. Para nós foi ainda mais importante, uma vez que foi no ano em que a federação assinala o seu centenário. Ficámos felizes, recebemos de braços abertos, e tivemos a colaboração fundamental da Câmara de Almada, além de todos os clubes locais, que cederam os seus campos para a prova. Não foi fácil organizar uma prova que trouxe até nós cerca de 600 pessoas, envolvidas em 22 equipas, mas tudo correu bem. Foi um bom momento para promovermos o futebol no distrito. Recebemos um reconhecimento geral pelo trabalho feito e isso deixa-nos satisfeitos.

OS CURSOS TÉCNICOS E A FEDERAÇÃO

Os regressos dos cursos de treinadores de futebol e futsal foram importantes?
Foi mau termos um longo intervalo. Em boa-hora os cursos foram reabertos, ainda que haja coisas a melhorar. Sabíamos que havia muita vontade das pessoas ganharem qualificação para fazerem melhor trabalho e o resultado será refletido nos jovens e nos clubes. Foi pena no futsal não termos conseguido avançar no II Nível.


No plano da arbitragem, a AFS continua a não ter um árbitro de futebol internacional.
De facto, não temos conseguido manter a nossa representatividade como noutros tempos. Há árbitros que tem abandonado, pelo limite de idade, e não temos conseguido fazer a renovação. Também as exigências são cada vez maiores.  
Todavia, a AFS através do seu Conselho de Arbitragem continua a fazer o seu trabalho. Os núcleos continuam a colaborar e vamos acreditar no trabalho que fazemos. Um trabalho que demora tempo.

O relacionamento institucional com a Federação está normal?
Está bom. Estamos todos unidos para trabalhar em prol do desenvolvimento futebol . Temos vindo a trabalhar num espírito de grande colaboração e o relacionalmente vai para além do institucional. As pessoas conversam, há abertura e trabalhamos pelo mesmo caminho., ainda que, naturalmente, não estejamos sempre em acordo com tudo.
   
TAÇA AFS PARA TODOS 
Em 2014/15, a Taça AFS  assume-se, pela primeira vez, como obrigatória para as equipas da I Distrital.
A partir do momento em que começou a fazer parte do nosso calendário oficial, e porque dá um apuramento directo para a Taça de Portugal, tínhamos que a tornar obrigatória.
Os moldes e o calendário em que a Taça AFS se disputa permite fazer uma pré-época em competição, que creio ser muito importante. Foi uma prova que começou com ‘pézinhos de lã’ e agora está enraizada.

A segunda edição da Taça Inter-distrital já tem data definida?
Vai ser no dia 16 de Agosto. Este ano, será disputada na Malveira, em função da alternância estabelecida entre as duas associações, porque a equipa representante da AF Lisboa foi o Atlético da Malveira.

A segunda distrital pode vir a ter mais equipas?
Não sei. Vamos ver a decisão de alguns clubes, que podem ver as virtudes de participar nesta prova ao invés de outras com menos relevo. Estamos sempre à espera que esta competição possa crescer. Sabemos que as dificuldades continuam a existir. Não alteramos as taxas há muito tempo, inclusivamente as taxas de arbitragem foram até reduzidas, mas não podemos baixar mais os custos, porque  os valores pagos pelos clubes são os custos que temos com a própria organização.

Que desafios tem a AFS para o futuro breve?
Queremos crescer. Queremos ver o futebol do distrito a crescer. Somos um distrito de futebol. Temos condições para isso. É isso que queremos proporcionar aos clubes. Na formação, mas também voltar a ter um papel de relevo no futebol sénior. Pensamos que os nossos jovens devem ter a oportunidade de fazer a sua evolução natural e chegar ao seniores, sem terem que travar a actividade depois de tantos anos ligados ao futebol, devido à falta de equipas.

O centro de estágio da AFS é um sonho que nunca passará disso?
Temos de ter os pés assentes no chão. Sonhar não custa. Mas a conjuntura actual não permite pensar nisso, para já. Está na gaveta, mas não está esquecido. Vamos esperar por novas oportunidades, porque a conjectura, de facto, não permite.

segunda-feira, julho 21, 2014

Falando de Futsal... ou de quem o impede de crescer

Artigo de Opinião de Manuel Pina Ferreira
A resposta, a uma questão que coloquei sobre a promoção (ou não) do futsal, pela parte da FPF… é negativa.
Seria muito fácil a FPF, dar mais liberdade à modalidade e deixa-la evoluir se a entregasse de corpo inteiro, a pessoas do futsal e interessadas em trabalhar, exclusivamente, para a modalidade, ao invés de a manter “amarrada” e sujeita às leis e regulamentos que foram idealizados e redigidos para gerir o futebol.
É a futebolização do futsal! Que todos debatem, criticam, mas que poucos assumem como algo a abater e excluir.
Tenho, vários exemplos, para justificar esta minha crítica e estou pronto a torná-los públicos se assim for necessário. Mas, como sempre, a Federação consegue – facilmente – tornear os problemas com os clubes, mesmo com os mais críticos. Basta realizar uma reunião para se falar de TV! Tudo o resto é esquecido (por uns tempos) mas nada se resolve definitivamente.

Poderei falar de arbitragem – que muito evoluiu, é verdade – mas continua com pequeníssimos pormenores, que originam injustiças. Sobre este aspeto pergunto.
Para a modalidade (logo para os praticantes) o mais importante é um árbitro saber falar fluentemente o Inglês ou ser muito bom a dirigir um jogo, dominando todos os pormenores da leis e suas aplicações do jogo?
E (já agora) porquê inglês? Haverá alguma “potencia” (clube ou país) Internacional de futsal que fale (de origem) esta língua? Porque não Espanhol/Português/Italiano/ Russo etc…? porque se aplicou as leis do futebol (uma vez mais) ao futsal… respondo eu!
Mas, esta não foi a razão que me trouxe, de novo, a debruçar-me sobre esta questão do apoio ou não apoio da FPF. A razão, foi uma vez mais, a regulamentação sobre a realização de jogos com equipas estrangeiras…
Quem desejar realizar um jogo (mesmo treino) com uma equipa do exterior das nossas fronteiras, tem que sujeitar-se à regulamentação do Futebol.
Com a entrada do Doutor Pedro Dias, na estrutura da FPF, prometeu-se facilitar este assunto, mas a facilidade acabou em ser entregue ao poder decisório/absoluto das Associações.
Assim, temos vários tipos de decisão associativa
Algumas Associações, ultrapassam em minutos, este problema, dando todo o apoio aos clubes seus filiados e promovendo (mesmo que indirectamente) o futsal. Dou como exemplo a aplaudir a de Braga, Viana, Castelo Branco, Viseu e Guarda (peço desculpas, devem haver mais que sigam esta excelente filosofia, mas eu – para não errar – falo das com quem tive contactos).
Outras, há, que levantam tão enorme número de problemas que praticamente proíbem a realização legal de qualquer jogo. Pois exigem, para um jogo de futsal, tanto como para o próximo FC Porto – FC Barcelona a realizar no sábado… no Dragão e em Futebol! Este grupo é encabeçado pela AF Porto e agora seguida (pelos vistos) pela AF Aveiro (haverá mais?
Espero que os meus amigos leitores amantes da modalidade me informem). Cheguei a ser recebido na AF da minha cidade, com a seguinte afirmação “faça isso às escondidas! Não se meta nisto! Porque gasta um balúrdio e não sei se conseguirá!”
Fantástico!
Eis, um caso factual…
Estava programado um torneio para uma cidade que muito tem apoiado e apostado no futsal (deixo os nomes e pormenores para mais breve, se vir pessoas suficientemente interessadas neste assunto) mas a Associação distrital, qual ditador de outros tempos e sob a “protecção da FPF” determinou os seguintes pontos: o clube organizador teria que pagar 300 euros por “abrir” o processo (o livro dos processos, deve ser pesado…) e teria que pagar 550 euros pela realização de cada jogo! Total (para já) com a Associação, a nada fazer… 2500 euros!
Resultado, esse torneio foi anulado!
Isto, é que é colaborar com o seu filiado!
Isto, é que é apoiar e divulgar o futsal português!
É isto, que defendem e entendem os nossos dirigentes das Associações distritais… que foram eleitas pelo futebol… obviamente!
Porque será que a FPF deseja (e muito bem) dar contacto internacional às nossas selecções, com jogos mensalmente marcado no calendário oficial e o “nega” ou deixa negar, aos clubes?
Como ninguém vai responder a estas questões… eu posso continuar com outras.
Nota: não pertenço a nenhum clube, mas sou mais (e fiz mais) pelo futsal que muitos que estão nos quadros Federativos e (então aqui…) associativos!
Se desejarem opiniões e (algumas) soluções, estou ao vosso dispor e… não cobrarei nada! É que eu tenho uma grande vantagem...
Eu sou e gosto (muito) do futsal!

sexta-feira, julho 18, 2014

PROVAS NACIONAIS SUSPENSAS

A confusão continua instalada no futsal português. A pouco mais de um mês do arranque oficial da época de 2014/2015, ainda não são conhecidos os nomes de todas as equipas que vão figurar nas competições nacionais. Isto porque, um recurso interposto pela Associação dos Moradores da Portela e pelo Clube Recretivo Piedense no Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) no sentido de anular a decisão publicada no comunicado oficial n.º 7 da FPF, publicado no passado dia 1 de julho, determinou para já a suspensão do mesmo, o que implica uma possível alteração na grelha de clubes inscritos para a nova temporada.
Em causa está o incumprimentos de vários clubes em relação às leis dos campeonatos nacionais das 1.ª e 2.ª divisões nacionais de 2013/2014 no que toca ao número de escalões de formação obrigatórios.
A AM Portela, que está a ser representada pelo advogado Dias Ferreira, defende que Sp. Braga/AAUM e Rio Ave estão em incumprimento com a lei e devem descer de divisão. O clube lisboeta e o Gualtar seriam neste caso os beneficiados para uma eventual subida, ao figurarem no topo do ranking de melhores classificados do campeonato nacional da segunda divisão da época passada, logo atrás de Unidos Pinheirense e Burinhosa, as duas equipas que garantiram por direito próprio a promoção ao principal escalão nacional.
Mas, Rui Rego, dirigente da AM Portela garante que o clube lisboeta não interpôs o recurso "com a intenção deliberada de subir. Essa é uma consequência. A equipa está formada e preparada para competir na primeira ou na segunda divisão", garantiu ao Futsal Global. O que move os responsáveis da AM Portela a entrar com esta ação é "a defesa da legalidade, contra a prepotência e arrogância com que a FPF tratou este caso, nomeadamente na reunião que teve com os clubes em junho passado", sublinhou Rui Rego.
A FPF, o Sp. Braga/AAUM e o Rio Ave têm cinco dias para responder ao processo, sendo que o prazo termina esta sexta-feira. "Vamos até às últimas consequências, até tribunais administrativos se for necessário", assegurou o dirigente da AM Portela.
Também o Clube Recreativo Piedense fez entrar um recurso no Conselho de Justiça da FPF, visando vários clubes que não cumpriram as leis, inclusivamente os que se aprestam para competir no campeonato nacional da segunda divisão em 2014/2015.
Vila Verde, Académica, Sp. Braga/AAUM , Rio Ave, SC Cabeçudense, AJAB Tabuaço, CRECOR Cortegaça, Covão do Lobo, GS Loures, Fonsecas e Calçada, UPVN, Rabo de Peixe, Farense, Atlético CP, Ervededo, MTBA e Boa Esperança são os clubes visados no recurso.
O clube do distrito de Setúbal, representado pelo advogado João Abreu, pediu igualmente a nulidade do artigo n.º 7 da FPF, sendo também intransigente no que ao cumprimento das leis diz respeito. O Piedense questiona mesmo, se no caso das leis implícitas nos artigos 450.º e 452 da época passada não serem cumpridas, não será legítimo suspender a decisão de acabar com a terceira divisão já a partir da nova época.

sexta-feira, julho 11, 2014

PARA LER E RELER

                                                 Artigo de Opinião de Fernando Parente 
 
Existem clubes que não renovam, outros dizem que despedem, outros ainda que fazem promessas e não as cumprem, com os Treinadores.
Seja após um, dois, três ou mais anos de trabalho que esse ou esses Treinadores tenham executado nesse clube e o tenham ajudado a crescer de forma sistemática e elaborada.
O certo é que em todos os finais de épocas, os jogos de bastidores, as jogadas sujas nas costas de quem antes se recebe palmadas, a falta de transparência e sobretudo a falta de honestidade e integridade começam a proliferar no Futsal.
Vem isto a propósito das remodelações efetuadas em alguns clubes após uma época menos conseguida, mas dentro do objetivo traçado, do clube “x”, “y” ou “z”.
Remodelações, novas apostas, existem desde sempre.
Ou porque achamos que termina um ciclo, ou porque se devem mudar mentalidades, ou mesmo porque o ato de liderar pode já não ser o mesmo de antes, mas acima de tudo deve sempre existir honestidade e integridade.
Sou Treinador, já fui jogador. Mas como em tudo na vida, os valores com que os meus Pais me educaram, são os valores com que continuo a viver no meu dia-a-dia.
Prefiro estar de cabeça erguida à espera que o telefone toque, do que apunhalar um colega ou um amigo, e fazer-lhe a cama, como se diz na gíria.
Mas voltando às remodelações. Umas vezes acontecem porque apenas queremos mudar, outras porque quem manda é levado na cantiga do “bandido”. E é com esse “bandido”, ou com esses “bandidos” que o Futsal tem de ter cuidado, porque esses servem-se do Futsal e não servem o Futsal.
A selva está instalada no futsal nacional.
E tudo porque existem homens sem “H” grande a tentar voltar a todo o custo, seja em forma de jogada de bastidores, seja em forma de conluio com Diretores, seja na forma do elogio desmedido nas páginas web.
Mas também existem e cada vez mais novos diretores, e logo com “d” pequeno. Aqueles que pouco ou nada fizeram pelo clube ou clubes em questão e que num momento de destaque, o que lhes vem à tona é a palavra vingança…, porque na generalidade dos fatos, muitas das vezes não existe a certeza do porquê da mudança. Mudam porque querem, porque acham que os treinadores não foram justos com eles noutras situações, apenas querem mudar para se acharem superiores.
Mas a fuga para a frente não costuma dar bons resultados. E não me parece ser estratégia compatível com um clube ou clubes que apregoam ser diferentes. De fato existem alguns que o são: pelo modo como praticam a integração social dos jovens da terra, pela forma como querem ajudar o clube da própria terra a evoluir e a criar história dentro do próprio concelho e algumas vezes até a nível nacional, pela maneira de ajudar atletas que por uma razão ou outra viram os seus planos de vida profissional fracassar ou que simplesmente tenham caído no esquecimento, mas quando se trata de dar exemplos concretos, é isto que vemos: ingratidão atrás de ingratidão, em relação aos diretores com d pequeno e aos treinadores que se servem do futsal.
O caricato nestes processos de remodelações, é que costumam existir umas cortinas de silêncio que impedem as pessoas de saber quem é que toma as decisões, quem é que propõe e porque propõe as mesmas, etc…, mas num mundo tão pequeno como o nosso, tudo se sabe, ou tudo se vem a saber, mais cedo ou mais tarde.
Vem isto a propósito das promessas de final de época: “contamos com todos, dizem uns”; “agradecemos tudo o que fizeste por nós este ano, contamos contigo, dizem outros”. Uma, duas semanas ou um mês mais tarde, sai a bomba nesta selva.
Ora, essas afirmações adensam mais esta problemática. Se o Presidente e o Diretor dão apoio ao treinador e este logo a seguir é trocado ou “remodelado”, quem manda afinal nos clubes? Ou será que a hipocrisia já chegou à forma como essas pessoas exercem a função?
Não vou pela tese da hipocrisia mas sim pela tese de que o Presidente e o Diretor se estão a marimbar para o que se passa no clube. Isso é questão para os amigos seccionistas ou os novos que aparecem no momento num cargo decisório, tratarem à sua maneira. Depois, se despedimos ou trocamos mais um treinador ou não, se mostramos a nossa ingratidão e falta de inteligência, isso já não interessa. Interessa manter a estrutura de poder que começa no seccionista. É o seccionista que conta. Não o treinador.
O que fica claro é que a treta da máquina de propaganda de quem gravita à volta do clube ou clubes, anda a vender aos adeptos de que este Treinador é melhor que aquele e não vendem mais do que isto: tretas.
Os fatos mostram que o Presidente/Diretor não se interessa com os princípios de grandeza que deviam nortear a gestão e evolução do clube ou clubes dentro da sua própria realidade. Ele apenas se interessa por estar numa posição de destaque, mesmo que não seja para mostrar aos demais que a cadeira do poder é sua, por muito pouco poder que venha a ter nas decisões futuras do clube que preside.
O que eu pretendo com isto é basicamente evidenciar que são expectáveis os erros que por vezes se cometem nos clubes, trocando um treinador conhecido, com títulos e currículo, por um desconhecido ou conhecido que nada mais quer fazer do que se servir do clube em questão e que aparece patrocinado por este ou aquele diretor ou ex-jogador que agora tem importância máxima nas capacidades de decisão do clube.
O artigo pretende mostrar que, se uma pessoa que vive a mais de 400 km da capital consegue antecipar que a troca do treinador ou treinadores, naquele contexto desportivo, naquelas condições, ia prejudicar o clube ou clubes, os seus sócios e adeptos, como é que os iluminados responsáveis do Clube não perceberam também?
Não sou bruxo, não leio cartas, não elogio clubes adversários ou pelos quais já passei só para se lembrarem de mim. O problema desta selvajaria no futsal é aquilo que eu apelido de problema clássico (maus resultados desportivos), resolvido da mesma forma (troca do treinador), que regra geral tem um resultado também clássico: piores resultados desportivos.
Seja no clube “x”, no “y” ou no “z”, ou em qualquer outro clube, esta é uma regra geral com pouquíssimas exceções!
O erro que se comete na resolução desses problemas “clássicos” tem a ver com a sistemática incapacidade de se avaliar adequadamente a qualidade do trabalho realizado por essa equipa técnica e esse conjunto de jogadores.
À pergunta: “Seria possível melhorar as prestações desportivas com esses jogadores, face à realidade competitiva atual de adversários que todos os anos se apetrecham e investem mais no Futsal e face às arbitragens que nos prejudicaram?”
Os iluminados que gerem o clube ou clubes respondem que “sim”. Não estranharia até que existisse algum ambiente conspirativo em torno desse Treinador que agora sai, “por ter vindo daquele clube, porque é correto e não se deixa levar na cantiga de jogadores irresponsáveis, etc”, por parte dos que tendo perdido a noção de tempo e espaço, continuam a viver à sombra de êxitos antigos, mas que continuam vincados nas memórias de quem tem uma memória precoce!
Ora assumindo que “sim”, que era possível melhorar, então concluem que o problema é o treinador, porque foi o único a sair. Correto? Bom, depois vem o tal novo treinador, com a tal nova estrutura técnica e, não se dando conta dos problemas que o ex-treinador teve que superar, acabam por obter o que se esperava: piores resultados.
Porque razão é tão importante esta questão na equipa sénior do Futsal, dirão uns?
Mais título menos título, que interessa isso quando se ganhou nos juniores, nos juvenis ou mesmo nos iniciados e infantis? Pois esta forma de pensar é errada. Eu pelo menos nunca penso no que ganhei, mas no que podia ter ganho e no que posso vir a ganhar. E acho que num clube ou clubes que tem vindo a escalar posições nos nacionais da modalidade, clubes ganhadores, é assim que tem de se pensar. Menos que isso é conformarmo-nos com a mediocridade.

Por outro lado o interesse do tema deriva do facto de tudo que aconteceu no Futsal sénior aconteceria no de Formação se a Direção tivesse feito o mesmo quando os movimentos de opinião alimentados quer pela comunicação social, quer por uns supostamente bem pensantes bloguistas ou facebookianos, ou mesmo pelos adeptos que só querem o mal dos clubes quando pediam sucessivamente a demissão do Treinador, quando ele “apostava demais naquele jogador de fora”, quando “não se percebia o que via no jogador “a” ou no jogador “b”, ou quando perdeu jogos que não devia nem merecia ter perdido?
Foram alturas em que se viu um certo lirismo de uns quantos opinógrafos clubistas, opinógrafos da mesma natureza dos que comandam as equipas nos clubes, dos que não estudam a natureza dos resultados, não interligam a ação/decisão com o resultado/consequência por falta de capacidade de síntese, e que ainda ficam aborrecidos quando os rotulo de intelectualmente limitados.
Porque são mesmo, por mais textos e mensagens floreadas e sem “sumo” que publiquem em blogues, no Facebook ou nos Mídias Desportivos.

quinta-feira, julho 10, 2014









quinta-feira, julho 03, 2014