terça-feira, fevereiro 09, 2010

AGRESSÃO AO MEU AMIGO RICARDO SANTANA - TREINADOR DE FUTSAL

Ricardo Santana Agredido e não só...

Este fim de semana, passou-se algo muito triste para quem anda no mundo do futsal, nomeadamente na sua formação. Mais concretamente no Sábado o Treinador da Academia Bairro Miranda - Juniores foi premeditadamente e cobardemente agredido e ainda uma das carrinhas da dita instituição vandalizada.

Iremos de seguida divulgar a carta aberta do referido treinador que conta o que se passou.


"Boa Tarde
Venho por este meio denunciar uma agressão física de que fui alvo no Sábado, dia 06 de Fevereiro de 2010, no fim do jogo contra a AMA Zona Sul, no Pavilhão Mouzinho da Silveira.

Independente do que o agressor possa alegar, eu por, tudo o que é mais sagrado, nunca lhe disse nada. Ele sismou que eu lhe chamei nomes, eu digo sismou porque só pode ser isso. É que não vejo mais nenhuma explicação para o sucedido.

Eu, que tenho uma deficiência física, derivada de um AVC, que tive há já quatro anos, que derivou uma hemiparesia direita, não tenho, nem nunca tive qualquer problema com nenhum jogador. Já tive alguns stress com um ou outro, mas nunca de uma gravidade tal. Nunca em 14 anos de futsal tive um momento assim.

Foi mau demais para ser verdade.Mas voltando atrás, ao jogo contra a Escola D. João I, que nós ganhamos com toda a justiça. No fim desse jogo, alguns adversários quiseram tirar de esforço aquilo que se tinha passado em campo. Eu como responsável pela equipa tentei separar os meus jogadores com os adversários. A policia interveio, e tudo ficou por ali. Quando já tinhamos tomado banho, e iamos para os automóveis, as coisas aqueceram, com eles sempre a provocarem-nos, mas nós sempre calados. Eles disseram-nos que quando nós fossemos a Zona Sul iamos ver. Mas eu pensei que aquilo já tinha passado, eram coisas do momento.

Nós no Sábado passado, tinhamos um jogo contra a Zona Sul, a quem dou um abraço ao seu treinador, que nos correu francamente mal, com alguns elementos da Escola D João I, que eu só reconheci, o Sérgio "China" e o outro GR deles, na bancada só a mandar bocas, tais como "deficiente", "anda como deve ser", entre outras, mas só esse tal "China" é que estava a ofender-me.Aquilo ficou por ali, pensei eu.

No fim do jogo, já com todos com o banho tomado, eu dirigo-me ao meu automóvel. Qual não é o meu espanto, quando esse rapaz, dirigiu-se a mim com as mesmas palavras ofensivas e partiu para ofensas corporais, mais propriamente murros e pontapés. Ele estava com a turma toda inclusivé, um rapaz agrediu-me juntamente com esse Sérgio. Eu não queria acreditar no que se estava a passar. A rápida intervenção de elementos do meu clube presentes, não deu azo a mais agressões.

Quando tudo passou, dirigimo-nos para as viaturas. A carrinha do clube estava vandalizada. Tinha um pneu em baixo, um farol fundido, os pára brisas partidos e estava toda riscada. Fogo, nunca tinha visto uma coisa assim. O rapaz até podia ter razão, mas não foi o caso. É o diz que disse, que leva a isto tudo, e eu fui o "bode expiatório" de tudo isto, sem ter a culpa de nada.

Tudo isso até pode nem dar em nada, mas eu quero levar as coisas até às ultimas consequências. Eu posso até ter as minhas "deficiências", que como eu já disse, aconteceram na minha vida, mas eu entro em qualquer lugar de cabeça erguida, e não chamo nomes aos pais, estejam eles vivos ou que infelizmente já falecidos, ou mesmo a eles proprios. Quem me conhece sabe que eu era incapaz de fazer qualquer coisa contra ele. É uma forma de ser.

Sendo eu um Sargento do Exército Português, sempre me exigiram isso, e que eu cumpri sempre. Eu não tenho medo das consequências, que esta carta irá produzir. Não queria que se perde-se um jogador, só que ele representa uma Escola, com as desigualdades sociais estão bem patentes.

Não quero passar uma borracha sobre o assunto. Como se nada se passa-se. Já está uma queixa na policia. Para finalizar, parece que o mundo é uma selva, em que tudo se resolve à pancada, passe-se por cima de tudo e todos sem ouvirem o que o outro tem para dizer. Parece que o que se passou, passou-se no terceiro mundo, no século passado. Eu sei que na minha posição, não posso fazer muito mais.

A vida de um "deficiente" é dura, mas ainda é mais quando esses rapazes estiverem por ai.

Ricardo Santana Treinador de Futsal da Academia DIJ Bairro Miranda"

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