A confusão continua instalada no
futsal português. A pouco mais de um mês do arranque oficial da época de
2014/2015, ainda não são conhecidos os nomes de todas as equipas que
vão figurar nas competições nacionais. Isto porque, um recurso
interposto pela Associação dos Moradores da Portela e pelo Clube
Recretivo Piedense no Conselho de Justiça da Federação Portuguesa de
Futebol (FPF) no sentido de anular a decisão publicada no comunicado
oficial n.º 7 da FPF, publicado no passado dia 1 de julho, determinou
para já a suspensão do mesmo, o que implica uma possível alteração na
grelha de clubes inscritos para a nova temporada.
Em causa está o incumprimentos de vários
clubes em relação às leis dos campeonatos nacionais das 1.ª e 2.ª
divisões nacionais de 2013/2014 no que toca ao número de escalões de
formação obrigatórios.
A AM Portela, que está a ser
representada pelo advogado Dias Ferreira, defende que Sp. Braga/AAUM e
Rio Ave estão em incumprimento com a lei e devem descer de divisão. O
clube lisboeta e o Gualtar seriam neste caso os beneficiados para uma
eventual subida, ao figurarem no topo do ranking de melhores
classificados do campeonato nacional da segunda divisão da época
passada, logo atrás de Unidos Pinheirense e Burinhosa, as duas equipas
que garantiram por direito próprio a promoção ao principal escalão
nacional.
Mas, Rui Rego, dirigente da AM Portela
garante que o clube lisboeta não interpôs o recurso "com a intenção
deliberada de subir. Essa é uma consequência. A equipa está formada e
preparada para competir na primeira ou na segunda divisão", garantiu ao
Futsal Global. O que move os responsáveis da AM Portela a entrar com
esta ação é "a defesa da legalidade, contra a prepotência e arrogância
com que a FPF tratou este caso, nomeadamente na reunião que teve com os
clubes em junho passado", sublinhou Rui Rego.
A FPF, o Sp. Braga/AAUM e o Rio Ave têm
cinco dias para responder ao processo, sendo que o prazo termina esta
sexta-feira. "Vamos até às últimas consequências, até tribunais
administrativos se for necessário", assegurou o dirigente da AM Portela.
Também o Clube Recreativo Piedense fez
entrar um recurso no Conselho de Justiça da FPF, visando vários clubes
que não cumpriram as leis, inclusivamente os que se aprestam para
competir no campeonato nacional da segunda divisão em 2014/2015.
Vila Verde, Académica, Sp. Braga/AAUM ,
Rio Ave, SC Cabeçudense, AJAB Tabuaço, CRECOR Cortegaça, Covão do Lobo,
GS Loures, Fonsecas e Calçada, UPVN, Rabo de Peixe, Farense, Atlético
CP, Ervededo, MTBA e Boa Esperança são os clubes visados no recurso.
O clube do distrito de Setúbal,
representado pelo advogado João Abreu, pediu igualmente a nulidade do
artigo n.º 7 da FPF, sendo também intransigente no que ao cumprimento
das leis diz respeito. O Piedense questiona mesmo, se no caso das leis
implícitas nos artigos 450.º e 452 da época passada não serem cumpridas,
não será legítimo suspender a decisão de acabar com a terceira divisão
já a partir da nova época.
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